Estilo de vida sedentário e alimentação industrializada são duas das maiores causas. Médico cardiologista comenta estudo
Os níveis do colesterol estão aumentando nos países não desenvolvidos ou em desenvolvimento, enquanto por incrível que possa parecer, esses níveis de colesterol diminuíram nos mais ricos, segundo estudo recente publicado na revista Nature pelo Dr. Majid Ezzati, professor e presidente de Saúde Ambiental do Imperial College London, no Reino Unido. Foi analisada a fração não-HDL colesterol, que é a soma de todos os tipos de colesterol considerados ruins: LDL+IDL+VLDL. Supõe-se que o colesterol não-HDL seja um marcador mais sensível de risco de aterosclerose do que o LDL (o ruim) isoladamente. Sendo que valores ótimos do colesterol não-HDL devem estar em marcadores menores que 130 mg/dL.
Reduzir o consumo de alimentos industrializados e aumentar a prática de atividades físicas são fundamentais para a redução do colesterol e de outros fatores, como obesidade —
Foram revistas mais de 1.000 pesquisas científicas que analisaram os níveis de todas as gorduras (lipídios) no sangue em mais de 100 milhões de adultos de todo o mundo. Os surpreendentes resultados mostram que entre 1980 e 2018, a prevalência de não-HDL do colesterol caiu em países desenvolvidos, enquanto aumentou nas nações de baixa e média renda. “Esse fato deveu-se mudanças na dieta - especialmente o equilíbrio entre gorduras saturadas / gorduras trans e gorduras não saturadas além de como e quanto do tratamento com medicação é usado", disse Ezzati. Os níveis elevados de colesterol diminuíram nos países mais ricos, especialmente no noroeste da Europa e na Europa Central e Oriental, e eles aumentaram em países pobres e de renda média, especialmente no leste e sudeste da Ásia. Particularmente impressionante, no entanto, foi uma diminuição líquida da mortalidade por causas cardiovasculares nos países ocidentais durante o mesmo período, de um total de 950.000 caiu para 480.000 anualmente.
Nos países de baixa e média renda, e o Brasil está nesse time, as pessoas também sofrem com mais obesidade, diabetes e hipertensão, o que é amplamente atribuído a dietas ricas em alimentos de origem animal, gorduras saturadas e carboidratos refinados".
O grande problema é o estilo de vida muito mais sedentário e menor atividade física, praticamente pela falta de tempo e a vida econômica muito competitiva, obrigando a dedicação quase que exclusiva ao trabalho e a necessidade de alimentação industrializada, contribuindo para um aumento de peso notado em todos os países.
+ Exercícios físicos não diminuem o colesterol ruim, mas ajudam a aumentar o bom Nesta pandemia, muitos erros ficaram bem expostos, a começar pela falta de atividades físicas e esportivas, por desconhecimento do que fazer e como fazer os exercícios físicos suficientes em casa. Entre as questões da quarentena, uma certa depressão pelo confinamento e o ganho de peso inevitável porque ninguém conseguiu gastar calorias habitualmente perdia com a intensidade com que antes fazia seus exercícios.
Mesmo com o colesterol controlado nos países mais ricos, as doenças cardiovasculares continuaram sendo um grande problema devido à obesidade crescente. Qual seria e explicação? As pessoas controlam o colesterol com medicamentos (o correto) mas não emagrecem, mantém alimentação muito calórica com carboidratos e açúcar em excesso, fazendo pouca atividade física semanal por conta da dificuldades de se movimentar pelo sobrepeso. Com isso, outros problemas de saúde seguem seu curso. O que fazer? Mudar os hábitos de vida errados, com a adoção de três medidas objetivas:
Diminuir a alimentação industrializada, evitar açúcar e o excesso de gorduras saturadas, gorduras visíveis, frituras;
Corrigir o colesterol com medicação;
Fazer exercícios na quantidade certa e não “só um pouquinho”: gastar 150 a 300 minutos de exercícios aeróbicos por semana, acrescentar fortalecimento muscular entre duas e três vezes por semana por 20 minutos cada vez.
Fonte: globoesporte
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