Levantamento com dados de mais de 200 mil pessoas aponta risco 35% menor de ter um infarto ou AVC em quem pensa positivo
Você costuma esperar que coisas boas aconteçam? Se sim, saiba que essa atitude positiva pode diminuir o risco de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). É o que indica um grande estudo recente, feito por especialistas da Universidade Harvard e do Hospital Monte Sinai, ambos nos Estados Unidos.
Os cientistas combinaram o resultado de 15 pesquisas anteriores, que, juntas, somaram 229 391 voluntários, acompanhados por quase 14 anos, em média. Entre os otimistas, o risco de sofrer um evento cardiovascular, como infarto ou derrame, foi 35% menor. Já o de morrer por qualquer causa caiu 14%.
Outros levantamentos já associaram o pessimismo a doenças cardíacas. Mas essa é uma das primeiras análises robustas sobre as evidências disponíveis do efeito do otimismo na incidência de encrencas cardiovasculares.
Por que o otimismo faz bem para a saúde?
Os autores listaram hipóteses no artigo científico. Em investigações anteriores, pessoas que viam o copo meio cheio aderiam mais a três práticas que protegem o peito: praticar exercícios físicos, comer bem e não fumar.
Questões fisiológicas também foram citadas. O pessimismo incitaria a produção de substâncias inflamatórias na circulação, que comprometem a integridade dos vasos sanguíneos. O excesso de pensamentos negativos ainda foi associado com alterações na pressão arterial e na liberação de hormônios do estresse, como o cortisol.
Dá para treinar o otimismo?
Primeiro, é preciso entender que essa revisão de estudos possui suas limitações. Cada pesquisa avaliada, por exemplo, incluía grupos distintos — de adolescentes a idosos — e os fatores de risco controlados variavam bastante.
Mesmo assim, o achado é plausível. Em breve, intervenções psicológicas a favor da felicidade poderão fazer parte do tratamento e da prevenção de doenças cardíacas. Sim, os profissionais envolvidos nessa investigação fazem questão de destacar que o pessimismo pode ser reduzido (e o otimismo, incentivado) com medidas como a terapia cognitivo-comportamental e técnicas de psicologia positiva.
Por outro lado, faltam estudos para compreender se o otimismo “treinado” é tão poderoso quanto aparenta ser o “natural”. Enquanto os cientistas trabalham nesses dilemas, que tal praticar por conta própria? Mal não faz.
Fonte: saude.abril
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