top of page

Como é o tratamento do novo coronavírus, dos cuidados em casa à UTI

Ainda não há remédios específicos para a Covid-19. Veja como se trata o novo coronavírus, seus sintomas e suas complicações

Apesar dos testes em andamento com vários remédios, ainda não existe um tratamento oficial contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Por enquanto, a estratégia dos médicos é basicamente controlar os sintomas enquanto o próprio corpo se cura da infecção.


Quando os sinais são leves — o que ocorre em mais de 80% dos casos — a recomendação é ficar em casa. “O paciente, mesmo sem diagnóstico confirmado do coronavírus, deve permanecer por 14 dias isolado em casa, tomar bastante líquidos e monitorar a evolução do quadro”, explica Tânia Chaves, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia.


Os sinais mais brandos geralmente envolvem febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Analgésicos e antitérmicos podem ser utilizados para controlar a temperatura e aliviar incômodos no corpo. É preciso tomar cuidado, entretanto, com a automedicação, principalmente diante de uma enfermidade nova. Converse com o médico antes de engolir qualquer comprimido, em especial ibuprofeno e anti-inflamatórios.


Quando ir ao hospital por causa do coronavírus


Só deve buscar atendimento presencial quem apresentar febre alta (acima de 39°C) e dificuldade para respirar. O Ministério da Saúde tira dúvidas sobre a necessidade de procurar o pronto atendimento pelo telefone 136. A ligação é gratuita — diversos convênios estão oferecendo serviços semelhantes.


Chegando lá, nem sempre o médico solicita o teste, que no momento está sendo direcionado apenas aos casos que exigem internação. “O exame ajuda a determinar as medidas de isolamento e a acompanhar a evolução da epidemia. Ele não necessariamente altera o protocolo de tratamento”, aponta Roberto Muniz Jr., infectologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.


Além dos remédios para aliviar os sintomas, os médicos podem prescrever fármacos contra o vírus da gripe (que também está em circulação, apresenta sintomas semelhantes e é mais comum) até terem certeza de que não se trata dele.


A pneumonia é uma complicação frequente do novo coronavírus, e exige a complementação do tratamento com antibióticos específicos. Não que essas drogas ataquem diretamente o Sars-Cov-2 — na verdade, elas eliminam bactérias oportunistas que se aproveitam do cenário para agravar o quadro respiratório.


Se o indivíduo é orientado a retornar para casa, deve ficar atento à possibilidade de piora tardia. Pois é: há relatos de pacientes que passam dias bem e, então, voltam a sofrer com a infecção.


“A doença parece ter duas fases. Em um primeiro momento, a pessoa sente febre, tosse e mal-estar e vai para casa. Por volta do oitavo ou nono dia [não há um período exato], pode sentir falta de ar e dificuldade para respirar. Aí, ela precisa ser reavaliada”, explica Tânia.


Quando o coronavírus exige internação


É a dificuldade para respirar que pesa mais nessa decisão. Para bater o martelo, os médicos medem a saturação de oxigênio, a frequência respiratória e alterações na ausculta pulmonar — aquela famosa “escutada do peito” feita com o estetoscópio.


Nessa situação, o internado recebe oxigênio suplementar para auxiliar o trabalho dos pulmões. Ele pode ser ofertado tanto por um cateter nasal quanto por ventilação mecânica, quando o paciente é conectado por um tubo a uma máquina que faz a respiração de forma artificial. Essa segunda estratégia precisa ser feita na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


“Não existe uma sequência óbvia para isso. A pessoa pode chegar no pronto-socorro e já precisar da ventilação mecânica. Tudo depende do seu estado, que é avaliado pela equipe médica”, destaca Tânia.


A chegada na UTI por causa do coronavírus


A permanência na UTI tende a ser longa. Alguns estudos falam em até um mês sob cuidados intensivos. No Brasil, a média tem sido de oito dias na rede pública, como informa o Ministério da Saúde, com uma mortalidade de 2,4%.


Em situações mais graves, os médicos até podem lançar mãos de drogas prescritas para outras condições. Trata-se, contudo, de um uso experimental, que exige autorização de familiares e precisa ser reportado para as autoridades de saúde. O governo brasileiro anunciou que disponibilizará a hidroxicloroquina para esse fim — nós apuramos se isso faz sentido hoje em dia neste link.


“É uma decisão criteriosa e um recurso extremo, geralmente aplicado como última tentativa de salvar a vida daquela pessoa”, aponta Tânia. Isso porque os possíveis medicamentos contra o novo coronavírus precisam ter seus efeitos comprovados em estudos — e podem ser mais tóxicos do que a própria doença.


Na maioria dos casos, o respirador artificial recupera os pacientes. Depois da alta, o acompanhamento continua, porque há indícios iniciais de que a Covid-19 deixa sequelas no pulmão. “Algumas pessoas podem ter fibroses, isto é, ficarem com áreas inativas, que não funcionam mais”, explica Tânia. Isso culminaria em menor capacidade respiratória.


18 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page